domingo, 24 de julho de 2011

Resumão part 2.

...Depois da luta com a faculdade, agora luta era simplismente contra as crises, tentar domina-las de qualquer forma, pode parecer ser fácil, mas não é, e acabamos descobrindo que o que mais acomete, é a felicidade intensa, quem disse que um dia a felicidade seria meu maior problema kk. A ansiedade, o nervoso, a tristeza, a felicidade, qualquer sentimento pode levar á crises, e vc consegue viver sem sentir nada? Vc já acordou um dia, sem estar triste, feliz, irritada, nervosa, ansiosa? Impossível, e medir isso? ficar menos triste, menos feliz, menos nervosa, são coisas que por mais que a médica fale, "Grazi quando vc estiver com algum sentimento assim, tente pensar em outra coisa", e descobri que isso tbm é impossível.
Mexer com sentimentos, com nosso psicológico é super dificil, pq tem doenças, que um remédio cura, mas tem coisas que nem você nem qualquer médico no mundo vai saber, o pq nem como, nem o que fazer.
E assim continuamos na caminhada, internei no HC, e em 5 dias foi em média de 43 crises tônico-clonicas, e algumas ausencias, foi a internação que senti menos dor, mas a que mais sofri, enfermeiros horriveis, o que me dixa mais indignada é porque fazer isso com as pessoas que são do SUS? São seres como todos os outros, essa foi minha primeira internação pelo SUS por conta da necessidade de realizar o exame naquele lugar, e foi lá no setor de Vídeo EEG que encontrei aqueles enfermeiros e auxiliares que trabalham simplismente por dinheiro, quando pedia pra ir ao banheiro indelicadamente gritava dizendo para eu esperar, quando tinha crises se quer chegavam perto, é tudo filmado, o tempo todo, então dormia sem coberta, passava frio, e fome, e as vezes nas crises acabava fazendo as necessidades na cama, e nem preciso dizer a demora que era pra trocar a cama. Terrivel, uma moça do lado chamada Rita tinha uma super depressão, foi tirada td sua medicação, e nos 5 dias teve uma ausencia, todos as minhas crises ela entreva em prantos, e quando voltava isso me deixava pior ainda, lembro como hj uma quinta-feira, a Psiquiatra e o neuro entraram, colheram meus dados, e então a psiquiatra disse, como você consegue manter esse sorriso lindo, com essas 5 folhas de puro sofrimento que acabei de escrever sobre você.
Como se chorar fosse adiantar algo. kkk
Fui clara dizendo que eu era feliz!
Sai de lá com encaminhamento para os médicos, um deles a psiquiatra, lá no Intituto de Psiquiatria no HC, passava com a doutora Cristina e Iná, e todo semana era lá que me encontrava, com um grupo de pessoas com o msm problema que o meu, uns com 9 anos lutando outros com 3, outros com meses, mas todos com o msm objetivo, zerar as crises, ao ao menos aprender a conviver com esse outro mundo que nos enquadramos desde a descoberta, lá todos haviam passado pelo msm exame que o meu, mas poucos com as complicações como a minha, na verdade não encontrei nem um, alergias, e comas por conta de crises, virei o centro das atenções, e assim que ia entrando falava Mãe me dá o braço e finge que é vc a doida que tá entrando na psiquiatria kkk, era a verdadeira farra, e antes das consultas e dos grupos para eu não ficar aflita esperando a médica chamar, já era combinado meu pai ficava esperando, e eu ia passear naquele hospital gigante, e comer algo, quando a médica chamava meu pai ligava e a gente corria lá.

é nesse momento que vemos que nossos pais são verdadeiros heróis, e lá se vão dias e mais dias com a msm rotina, para mim era uma festa, um passeio, mas eu sei que pra eles era torturante, mas me ver sorrir acho que aliviava eles, e tirava um pouco do peso, e a cada consulta uma nova esperança... Fora as outras, no Hosp. São Paulo, Santa Marcelina, e consultórios a parte...

Foi indo, e a psiquiatra me deu alta na frente de todo mundo, pq ela disse que eu estava bem, apesar de restar a crise, o mais importante havia aprendido e meus pais tbm, lidar com isso tudo, que talvez seja a tarefa mais complicada para eles, voltar a dormir em meu qualquer era assustador para minha mãe, mas com o tempo foi liberando, nas primeiras noites eu e ela passamos em claro, minha vontade era correr e deitar ao lado dela abraçadinha, e levantava falando que não conseguia, que tava com medo, e ai buscavão o colchão e eu dormia com eles, mas não demorou mais que uma semana pra eu me acostumar e não querer mais voltar, apesar de tudo, no meu quarto era mais confortável, e podia deixar a tv ligada a noite toda, a Flá ( minha irmã), sempre dormindo de mãos dadas, e isso foi me tranquilizando.
Mais uma missão cumprida!

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